Em meados da década de 60, o ativista político Martin Luther King disse a seguinte frase: “Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele.”
Essa frase se fez e faz presente em nossas vidas cada vez mais principalmente nas atuais circunstâncias que temos acompanhado.
Que o racismo é uma chaga social no Brasil e ao redor do mundo, isso nós sabemos. Mesmo após mais de um século de abolição da escravatura, a população negra permanece, na maioria das vezes, à margem dos espaços de prestígio. A relação de exclusão com base na cor da pele está presente nos ambientes de trabalho, nas universidades, nos hábitos cotidianos. Compreender como o racismo opera no tecido social e como é possível superá-lo é, dessa forma, confrontar uma ferida que marca o país.
Isso nos mostra através de dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) lançado em meados de novembro de 2019, abaixo simplificado e exemplificado alguns desses dados.
No Brasil, o racismo é um fenômeno facilmente expresso em números. Negros e pardos representam 56% da população. Mesmo assim, são minoria nos espaços de decisão: ocupam pouco mais de 29% dos cargos de gerência nas empresas brasileiras. Entre os mais pobres, os negros são muitos: dentre os 10% dos brasileiros com menor renda familiar mensal, 75% são negros. Entre os que morrem, eles são maioria: uma pessoa negra tem 2,7 vezes mais chances de ser vítima de homicídio que uma pessoa branca.
Quase metade dos negros no Brasil vive em domicílios sem ao menos um serviço de saneamento básico, como esgotamento doméstico ou acesso a água potável. O problema afeta toda a população. Mas, entre brancos, esse percentual é muito menor: menos de 28%. Há mais negros desempregados que brancos. Negros são maioria entre os analfabetos. E, apesar de ter aumentado o número de estudantes negros ou pardos no ensino superior (em 2018, eles passaram a representar 50,3% dos alunos matriculados em universidades públicas), as chances de um jovem negro cursar uma faculdade ainda são bem menores que as de um jovem branco: em 2018, 80% dos brancos entre 18 e 24 anos que estudavam estavam na universidade. Entre os negros, esse percentual caía para 56%.
Quando analisados outros critérios para o entendimento das relações raciais no Brasil, observamos as mesmas disparidades históricas entre brancos e negros. De acordo com o Mapa da Violência, as mortes por assassinato entre os jovens negros no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos.
De um lado, se houve queda de 25,5% dos homicídios da população branca; em contrapartida, houve aumento de 29,8% dos assassinatos na população negra. Ao longo dos anos permanece alto o índice de violência sofrida pela população negra.
*É fundamental que as famílias e as escolas como construtores de valores dos indivíduos, eduquem as crianças visando toda a nossa história, * desde a sua formação e colonização até os dias atuais, para que entendam que o preconceito foi herdado dos colonizadores e que precisa ser cessado.
#É inquestionável que o racismo em nossa sociedade figure como um problema urgente a ser combatido#. É comum encontrarmos atos racistas e preconceituosos, os quais constrangem o indivíduo em relação a seu semelhante como temos acompanhado recentemente nas redes sociais e mídia ao redor do mundo.
Diante desses dados e cenários que vivenciamos atualmente e ao longo da jornada afora, nota-se que em várias áreas ainda não se fez valer o direito de igualdade entre negros e brancos. E à você caro leitor podemos perguntar e quem sabe você tenha a resposta: SOMOS IGUAIS EM QUÊ?
Por Priscilla O. Rodrigues